quarta-feira, 29 de abril de 2009

Feliz aniversário, meu amor!


Abri os olhos e vi o relógio da mesinha de cabeceira, com os seus números vermelhos que tanto me encadeavam, dizendo me serem 7:45 da manhã. Virei para o outro lado e lá estavas tu, abracei-me a ti e tentei dormir mais um pouco, já que hoje estava de folga e tínhamos o dia todo para nós. Mas por mais voltas que desse não estava a conseguir adormecer de novo, foi quando me lembrei que hoje é o nosso aniversário e sussurrei ao teu ouvido “Parabéns, bebé!”, ao que me respondeste “Parabéns para ti também! Agora deixa-me dormir, depois já vamos sair, ok?”, “Ok, amor.”. Por mais vontade que eu tivesse que te levantasses, sabia que ainda nem 8 da manhã eram. Deixei me estar ali estendida mais uns momentos e depois levantei-me, abri o frigorífico, não havia nada de jeito para comer. Mas também não me apetecia já sair de casa para comprar, então pus a água a ferver, para fazer um chá de frutos vermelhos. Peguei no meu chá e sentei me em frente da janela, estava um lindo dia de Primavera, liguei a aparelhagem e escolhi musicas do meu guitarrista preferido, em volume baixo, para não te acordar. Estiquei a mão para a mesa e tirei um cigarro, acendi-o e puxei a cigarreira para o meu lado. Bolas, que aquele cigarro estava a saber me bem, juntamente com aquele chá, aquela paisagem e aquele som. As músicas, e os cantores eram diferentes, mas a guitarra e o guitarrista eram o mesmo e bastava-me isso para fazer tremer a minha alma, com o seu poder.
Foi com uma nota mais forte vinda da guitarra, que fui levada a pensar em ti, em nós. Mais um aniversario de ainda poucos e de muitos que ainda virão, esperemos nós. Um aniversário deste amor que nada tem de perfeito, amor que em nada foi linear, amor tão diferente do planeado, mas é o amor perfeito no imperfeito, que nos faz feliz. Nestes poucos de anos, tivemos altos e baixos, em momentos amei-te tanto que era capaz de deixar toda a minha vida por ti, noutros odiei-te tanto que era capaz de te matar. No entanto, aqui continuamos, vivos e juntos, depois de carinhos, brigas, separações e reconciliações, paixões e ódios. É mais um aniversário de ainda tão poucos, mas já com tanta historia, com tanta densidade, com tanta cumplicidade. Ambos já erramos bastante, mas a nossa maior conquista foi saber perdoar e saber avaliar o que realmente é importante.
No meio destes pensamentos sinto uma presença atrás de mim, e então um beijo num pescoço somado a umas palavras doces: “Bom dia, amor! Estás tão sensual logo de manhã…”, “Cala-te, deixa de ser tonto. Senta aqui perto de mim, a apreciar esta paisagem.”, “Eu amo-te, sabes? Mesmo quando te odeio.”, “E eu a ti, meu tolinho!”.
Feliz aniversário, meu amor!