quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dia de frio....


Ela sentou-se na mesa perto da janela, com vista para as montanhas que rodeavam o vale, com o seu chocolate quente, para se aquecer neste dia tão frio. Tinha duas horas de descanso, tinha bastante para estudar, mas não era o que lhe apetecia. Apetecia-lhe observar as montanhas cobertas de geada, com o seu chocolate quente entre as mãos e deixar o pensamento voar.

Lembrou-se dos últimos momentos que passou com ele, e da viagem física, emocional e psicológica que já fez depois. Quando teve de ir embora sentou-se triste por não se ter podido despedir de ti, como deve de ser, ainda queria ter te dito mais umas palavras. Mais tarde, sentiu se revoltada e ainda mais triste, por se ter apercebido que da última vez que se viram tu já sabias que não se iam despedir. Foste tu que escolheste em não te despedires, mas deixaste-lhe a esperança de que isso ia acontecer. Posteriormente sentiu-se mal porque percebeu as razões porque o tinhas feito, percebeu que te tinha magoado, mas sentia-se triste na mesma por não poder ter dito o que queria dizer, por tu não falares mais com ela.

Neste momento, ela odeia-te porque te ama, porque sabe que nunca te vai esquecer. Porque apesar de estar com outra pessoa, estarás sempre presente no coração e mente dela. Porque quando vê alguém parecido, o coração bate a mil à hora e de seguida tem uma grande decepção ao ver que não és tu. Porque chora cada vez que se lembra da última vez que te viu, cada vez que se lembra desse olhos que ela tanto ama. Porque sabe que vocês nunca ficaram juntos e nunca ira concretizar os desejos que ela tinha para vocês.

Por esta altura as lágrimas desciam-lhe pela cara, ela tirou um lenço da mala e limpou-as. O chocolate quente já estava frio, como a geada que caia, como ela própria. Ela perguntava-se se o que estava a fazer da vida dela era o correcto, mas ela não sabia a resposta, porque não sabia o que é estar correcto. E então pensou na pergunta que há uma hora atrás lhe fizeram, “És feliz?”. Não tinha respondido a essa pergunta, mas ela deu-a a ela própria, “Não.”. Com esta resposta ela decidiu que tinha de ser feliz, mas ser feliz por ela própria. Ela apercebeu-se que fazia sempre, depender a sua felicidade nos outros. Ela agora iria fazer depender dela, estava decidido, se os outros não a quisessem acompanhar naquilo que a fazia feliz, então não valeria a pena estarem a seu lado.

Bebeu então o resto do chocolate quente, sentindo-se mais quente interiormente, pegou nos livros, foi à sala de computadores e procurou viagens na internet, decidida a ver o mundo, nem que seja sozinha…..

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sonho madrugador

Ela acordou ás 2horas e 30 minutos da madrugada, depois de o ter encontrado em seus sonhos. Deu-lhe vontade de ir atrás dele, de o procurar, para saber como ele estava. Ela sentia saudade dos tempos que passaram juntos, ela recordava como ele era bom com as palavras. Mas tem receio em procura-lo de novo, não iria aguentar mais uma recusa, o seu coração estava cansado.
Sentia-se um pouco tonta, devido à garrafa de vinho que bebeu sozinha antes de adormecer. Desceu até à rua, para apanhar ar fresco, e pensava no sonho, nele e na saudade que carrega no coração. Ela vivia do passado, meio deprimida, esperando que o relógio fizesse tic tac, aguardado pelo nada para lhe telefonar. Viveu um tempo com uma dor no coração, com medo que ele fosse embora para sempre, sem dizer adeus, sem a beijar com o amor que diz que sente, que ela sente. Mas ele foi mesmo, sem adeus, sem beijo, sem abraço. Cada vez que ela recorda isso, dói-lhe no peito e as lágrimas começam a cair. Mas limpa-as, ninguém pode saber que se sente assim.
Já se sente melhor, sobe ate meio das escadas, olha para trás, olha para a porta e pensa como seria bom sair por aquela porta, fugir de tudo, procura-lo e dizer-lhe tudo o que sente e entregar-se em seus braços. No entanto não o faz, sobe as escadas e deita-se tentando não pensar mais.