sábado, 27 de dezembro de 2008

Depois de duas horas de sono, estava deitada na cama e não conseguia dormir mais. Levantei-me, calcei as pantufas, vesti o casaco e abri a porta. No silêncio, desci as escadas, fechei o casaco e abri a porta para a rua. Respirei fundo e senti o frio a entranhar-se na espinha. Tirei o cigarro e o isqueiro do bolso, acendi o cigarro e senti o fumo a aquecer-me o corpo. Ao fumar o cigarro, apreciava a paisagem. Os carros cobertos de geada, o parque vazio, as arvores não se mexiam, uma rua que custuma ser movimentada, vazia, parada no tempo pelo semáforo vermelho. Passa então o velho maluco, que apesar de ter casa anda aqui a passear e a falar sozinho. Olhando para ele, acho que tambem devo ser nomeada maluca, porque tambem falo sozinha, para dentro, tenho guerras comigo propria para decidir o que é certo a fazer. Claro que isto tudo depende, do que cada pessoa considera ser maluco, enfim isso daria mais um devaneio, para discutir ate o sol nascer, mas neste momento so me apetecia apreciar aquele cigarro e a paisagem. Foi então que dei o ultimo bafo no cigarro e o apaguei. Olhei para o céu, nesta parte da cidade vê-se tão bem as estrelas, mas ainda não tinha parado muito tempo para olhar e apreciar. Acendi mais um cigarro e fiquei a venerar o céu, que imensidão! Por vezes sinto-me tão pequena ao olhar o céu ou o mar. Pequena sei que sou, mas sinto-me especialmente insignificante. O que são os meus problemas, devaneios nesta imensidão? NADA!
Chego então à conclusão que devia apreciar mais o sitio onde moro, tenho a melhor vista do céu, da cidade, tenho um parque imenso mesmo em frente, mas nunca aproveito isso. Não dou tempo para isso. Mas vou dar, está decidido! Entretanto o cigarro apagou-se, abri a porta, entrei, subi as escadas, entrei em casa, liguei o computador e escrevi.
Senti-me mais leve e vou para a cama, tentar dormir umas horinhas.

Nenhum comentário: